Na passagem bíblica do Evangelho de Lucas 15. 3-32
o Senhor Jesus descreve três parábolas: A ovelha perdida, a dracma/moeda
perdida e o filho pródigo. Essas três parábolas são respostas às criticas dos
fariseus e escribas (vs. 2), pois o Senhor recebia e ensinava os cobradores de
impostos e pecadores (vs. 1).
Sempre ouvimos pregações maravilhosas através destas
três parábolas, e sempre a ênfase cai sobre a ovelha perdida, a moeda perdida e
o filho pródigo. Mas o objetivo de Jesus era dar uma indireta, mais do que
direta, aos seus críticos: As noventa e nova ovelhas representam o religiosos
da época, ou seja, seus críticos, os escribas e fariseus. Assim como as nove moedas
que não haviam sido perdidas e o filho que ficou na casa do pai.
Nas três parábolas o Senhor valoriza o fato de apenas
um pecador se arrepender. Era isto que os religiosos não entendiam: o perdão.
Eram doutores da lei, mas não tinham a graça. Jesus veio para apresentar-lhes o
caminho da salvação o qual eles não compreendiam. Leia Lucas 4. 16-21
Os fariseus consideravam-se puros, santos, sem
necessidade de arrependimento (Lc 18. 9-14). Sendo doutores da lei somente
aplicavam-na aos outros. Diferente da mensagem do Evangelho transformador, o
qual primeiramente nasce em nós, para depois termos condições de apresentá-lo
aos outros. A lei é a pedra que quebra e que esmaga. Quando alguém pecava a lei
era aplicada de forma corretiva, a graça, porém veio para ser preventiva, ou
seja, o ser humano é advertido antes de cometer o pecado. Mas o Senhor Jesus
nos apresentou sua graça, que restaura o vaso dilacerado, que não esmaga o
caniço quebrado e não apaga o pavio que fumega (Mt 12.20).
Voltando ao texto de Lc 15, em especial a passagem do
filho pródigo (vs. 11-32). O que Jesus quis e quer nos ensinar com esta
passagem? Veja que após desperdiçar toda sua herança o filho que havia saído da
casa do pai caindo em si, volta arrependido, humilhado. Pedindo perdão é
recebido com alegria. O filho mais velho que estava no convívio do seu pai, e
na oportunidade que seu irmão retornara estava no campo, vindo a casa pergunta
a um dos empregados o que era aquela festa. Era o seu irmão que havia voltado
são e salvo. Isto causou-lhe revolta, pois seu coração tomou-se de egoísmo. O pai,
porém, insistia para que ele entrasse e se alegrasse com seu irmão (vs. 28).
Há uma grande mensagem nesta passagem, o filho mais
velho representa aqueles que estão na casa do Pai, mas estão com seus corações
endurecidos a ponto de não se alegrar com um pecador que se arrepende. Acham
que a graça é exclusiva para eles. Estão na casa do Pai, mas não são
participantes das bênçãos, pois seus corações estão fechados para a Palavra.
Vêem os demais serem abençoados, receberem dons, serem usados, mas em vez de se
alegrar com isto, ficam indignados. São inimigos internos da obra de Deus. Os
fariseus e os escribas eram assim...!
Em Cristo,
André Gonçalves.